O Indizível no pensamento indiano: a sabedoria que ultrapassa os conceitos
Este texto é um artigo de Roberto Martins sobre o indizível no pensamento indiano, com uma tradução completa da Mandukya Upaniṣad. Este artigo fala sobre paradoxo na tradição dos Vedas. Na literatura sagrada indiana, quando os sábios buscam o princípio de toda a realidade, desde a tradição mais antiga (os Vedas) até as Upaniṣads, surgem com certa frequência afirmações que parecem absurdas ou paradoxais. Isso ocorre principalmente quando estão se referindo à Realidade Última, que é denominada Brahman a partir do período das Upaniṣads, ou ao seu equivalente dentro de cada ser humano, o Eu ou ātman.
Um primeiro exemplo que vamos analisar é o Nāsadīya Sūkta (hino 129 da décima maṇḍala do Ṛgveda), às vezes denominado “Hino da Criação”, que descreve o processo de surgimento de tudo aquilo que existe. Esse hino começa afirmando: “Então não havia o inexistente, nem havia o existente”. Esta frase desperta a atenção tanto pelo seu caráter paradoxal quanto pelo nível de abstração.
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