Jesus e o Yoga

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Jesus e o Yoga

Sobre A vida desconhecida de Jesus Cristo, de Nicholas Notovitch (1894), livro que conta um pouco sobre o espaço da vida de Jesus que não está nos evangelhos mais tradicionais, dos 13 aos 28 anos. Baseado num texto encontrado num templo budista, dizem que Jesus viveu esse período na Índia, aprendendo yoga. Mas Jesus como um ser gnóstico, que já nascera com a verdade, poderia aprender alguma coisa? Prefiro imaginar que ele não veio para a Índia “aprender”, mas ensinar o yoga, talvez possa ser Jesus o autor de alguns textos védicos, inclusive o Yoga Sutras! 

Afinal, de quem é a sua autoria? Pressupõe-se que uma figura mítica chamada Patanjali. Sabemos que essa figura já está bem enraizada na cultura hinduísta, historicamente no folclore e no boca a boca. Se afirmarmos que Jesus é o autor do Yoga Sutras, explica-se o seguinte: De que Jesus não veio até a Índia aprender, mas universalizar o conhecimento do yoga, passar para a frente o seu ensinamento, por exemplo: os siddhis são praticamente os milagres que ele realizou nos evangelhos; os preceitos do ashtanga yoga, os tão conhecidos yamas e nyamas são basicamente os mesmos preceitos cristãos, entre outros exemplos. É de se imaginar que Jesus quisesse garantir a segurança desta sabedoria, já que em Jerusalém, sob domínio do Império Romano, esse conhecimento não seria permitido e muito menos compreendido. Jesus sabia, que na velha Índia a sua escritura seria preservada e até cultuada. E desta simples maneira, talvez Jesus de forma bem humilde e com certeza sábia, conseguiu colaborar com a sabedoria yóguica. 

Segundo alguns estudos, o Yoga Sutras foi escrito entre 150 a.c. e 150 d.c., data em que Jesus viveu entre nós. Grandes mestres, como Paramahansa Yogananda, confirmam a autenticidade das escrituras de O Santo Issa, ou A vida desconhecida de Jesus Cristo de Nicholas Notovitch, contando sua história em sua obra: A segunda vinda de Cristo, no discurso 5. 

Muitas dissertações no Yoga Sutras casam com o que Jesus pregava nos evangelhos, basta lê-los com essa perspectiva. É muito simples de comprovar. 

No sermão da montanha, por exemplo: ‘Bem aventurados os pobres de espírito, porque deles é o Reino dos céus (aparigraha); bem aventurados os que choram, porque eles serão consolados (tapas); bem aventurados os mansos, porque eles herdarão a terra (ahinsa); bem aventurados os que tem fome e sede de justiça, porque eles serão fartos (tapas); bem aventurados os misericordiosos, porque eles alcançarão misericórdia (satya); bem aventurados os limpos de coração, porque eles verão a Deus (saucha); bem aventurados os pacificadores, porque eles serão chamados filhos de Deus (ahinsa); bem aventurados os que sofrem perseguição por causa da justiça, porque deles é o Reino dos céus; bem aventurados sois vós quando vos injuriarem, e perseguirem, e, mentindo(satya), disserem todo o mal contra vós, por minha causa. Exultai e alegrai-vos (santosha), porque assim perseguiram os profetas que foram antes de vós.’

Mais adiante: ‘Não cometerás adultério. Eu porém, vos digo que qualquer que atentar numa mulher para a cobiçar já em seu coração cometeu adultério com ela.’ (brahmacharya)

O sermão todo ainda pode-se acrescentar os termos de Asteya (não roubar), Swadyaya, que em verdade é todo o autoconhecimento que está em questão para consequentemente alcançar Ishwara Pranidana. (Eu e o Pai somos um.)

Claro que não se pode provar, é tudo teoria, especulação, mas a ideia é ter uma panorama da universalidade de todas as culturas e religiões, olhar por um prisma diferente está sabedoria tão rica, e é uma experiência você reler os textos do Yoga Sutras como se o próprio Cristo o tivesse feito, talvez percebendo ou entendendo um sutra e outro com uma consciência maior e descobrir que o yoga sempre esteve muito mais próximo de você do que imaginava. 

Com todo respeito a cultura, lendas da Índia, a Patanjali, mas como somos todos a mesma Consciência, vale a pena se aventurar em ler uma escritura que poderia ser do próprio Cristo.

Lembrando que vários mestre realizados já escreveram e citaram Cristo: Swami Prabhavananda, Paramahansa Yogananda, Paramahansa Ramakrishna, entre outros.

Sendo totalmente avesso a teorias conspiratórias, isso não tem nada de conspiratório, muito pelo contrário é agregador, uma especulação universalista, com intenções de trazer luz a mais neste imenso universo do yoga. 

 

Bibliografia:

 A Segunda Vinda de Cristo, Paramahansa Yogananda, Volume 1, discurso 5

Luz sobre o Yoga Sutras, BKS Iyengar

Patanjali Yoga Sutras, comentado por Swami Vivekananda

Como conhecer Deus, Swami Prabhavananda e Christopher Isherwood

A vida do Santo Issa, tradução de Nicholas Notovitch

O sermão da montanha segundo o vedanta, Swami Prabhavananda

Os sutras do yoga de Patanjali, Sri Swami Satchidananda

A bíblia Sagrada, o novo e o velho testamento

Os Yoga Sutras de Patanjali, tradução e comentários de Carlos Eduardo G. Barbosa

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