Fáscia: a linha da Criação

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Fáscia: a linha da Criação

A fáscia, as fáscias, o sistema fascial…qual é o certo? E o que é isso?

No mês de maio deste ano, 2022, a conceituada revista do mundo da ciência – NEW SCIENTIST, publicou um artigo sobre o assunto e agitou mais uma vez, como é sempre esperado, o ânimo dos entusiasmados pela fáscia.

Muito embora já há muito tempo anatomistas, médicos e até mesmo uma bioquímica como Ida Rolf, tenham percebido a importância do conhecimento sobre a fáscia e seus mecanismos de modulação do bem estar físico, hoje a ciência vem comprovando, dia após dia, o que antes eram apenas suposições ou, aqui entre nós, intuições sobre este maravilhoso veículo que abriga nossa alma.

Não fomos montados membro a membro! Nossos órgãos não foram colocados em nosso corpo uma a um, e neste ponto preciso falar que para estudar sobre fáscia, é fundamental estudar um pouco de embriologia. Não um estudo de decoreba para saber exatamente o que está se formando quando (a fáscia surge na segunda semana do embrião e depois disso não tem um começo, nem um fim, é uma grande teia que nos sustenta), mas sim um estudo de peito aberto e pronto para se encantar profundamente pelo milagre da vida.

Foi a partir deste encanto que me permiti definir, para mim, fáscia como a Linha da Criação. É ela que nos dá forma, que nos sustenta, nos equilibra e nos dá espaço para a vida acontecer. Aqui entre nós, ela nos dá espaço para o prana circular abundantemente pelo nosso corpo, permitindo o livre fluir nas nadhis.

A ciência já comprovou que a fáscia tem tantos receptores quanto nossa pele, se não mais; que estímulo na fáscia se difunde pelo corpo, enquanto estímulos nos músculos e pele ficam mais concentrados apenas na região do estímulo; que o sistema lutar-fugir faz com que os fibroblastos do tecido fascial se transformem em miofibroblastos e isso ocorrendo repetidamente gera rigidez no tecido; que a rigidez na fáscia pode gerar dor crônica; que fatores químicos, endócrinos e mecânicos alteram a dinâmica da fáscia; etc…

Não tem como não se apaixonar pelo assunto, mas requer muito estudo.

E vou contar um segredo pra vocês….o Yoga, não só os ásanas, tem simplesmente tudo a ver com a compreensão deste tecido. Seja para nos perceber e nos posicionar melhor no dia a dia; seja para nos movimentar com mais consciência, sabedoria e liberdade; seja para deixar fluir!

Como instrutores, o conhecimento técnico e científico sobre esse tecido conjuntivo e seu sistema será um diferencial na vida de nossos alunos. Poderemos ajudá-los ainda mais.

Ah! E sobre o questionamento inicial, todos os termos estão certos. Cada um terá um uso determinado e o último, Sistema Fascial, segue em fase de implementação no mundo científico, para que seja adotado como um “novo” sistema do corpo humano, mas já é adotado e aceito por pesquisadores altamente confiáveis.

 

Montagem de imagens: 1) geometria sagrada (em canva); 2) homem vitruviano (internet); 3) desenho de Janusz Jurek para revista New Scientist, 11/05/22.

 

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