CASTAS, NA REAL!.
O sistema de castas foi muito mal interpretado, surgindo desde então confusão e preconceitos de todos os tipos. O sistema de castas explicado por Krishna é sobre o desenvolvimento espiritual do indivíduo, não em termos de hereditariedade ou posição social. Portanto um BRAHMANE é aquele que a tudo compreende sobre o mundo espiritual, um KSHATRIYA como na batalha narrada no Baghavad Gita “luta” em sua “guerra” interna para perceber esse lado espiritual. Os VAISHYAS ainda apegados na matéria, começam a ter essa percepção, pesando valores. Os SUDRAS são totalmente submissos aos dogmas, obedientes aos lideres sem questioná-los, por medo ou pura ignorância. Os Párias são os que não se preocupam com a espiritualidade e se entregam totalmente a vida mundana.
Podemos ver também as castas como num teatro ou um filme. Todos querem ser protagonistas de suas histórias, não é mesmo? Mas não é assim porque nos comportamos como figurantes.
Os figurantes podem ser os sudras, que ficam no fundo, só de olho no protagonista, sem interagir, totalmente submissos.
Os coadjuvantes são os que interagem com o protagonista, mas não agem diretamente na história, precisam ainda da interação do outro para agirem, embora muitos coadjuvantes se destaquem. Seriam os vaishyas, são apenas o instrumento no intercâmbio da vida.
Os protagonistas são aqueles que fazem acontecer a história, são os que agem por conta e risco, os corajosos kshatriyas.
O diretor do filme ou da peça, aquele que vê por fora da cena é o brahmane.
O sistema de castas é um processo individual, para a pessoa se localizar, não para apontar nos outros.
De acordo como cada um entende o seu processo espiritual. O submisso (sudra) ajoelha, senta, fica de pé, faz penitência, obedece cegamente o líder religioso ou a escritura sem questionar, por isso está lá embaixo, não tem desenvolvimento, mas é um processo, ele precisa de alguém que lhe oriente, que diga a ele o que fazer, é como um viciado, ele é submisso ao vício, só encontrará redenção com pessoas no mesmo processo para que depois evolua. O questionador, (vaishya) começou a despertar: ‘porque devo ajoelhar ou me prostrar?’ Começou a usar o discernimento (viveka), está atento a todas as contradições de sua crença, estuda, pesa valores, etc. O guerreiro, (kshatriya) está lutando contra essas contradições, pelos seus princípios não aceita se submeter a certas regras da instituição, ou mestre ou escritura, não estão de acordo com a sua natureza, como guerreiro precisa eliminar preconceitos, cortas relações (inclusive ou principalmente familiares), impor as suas condições, e se não tiver (tapas) fibra de guerreiro será sucumbido. O desperto (brahmane), para ele nada importa, percebe que não precisa mudar exatamente nada, a sua luta interna terminou em paz, por que percebeu que errado não é o mundo, não existe certo e errado, cada um está em sua própria luta interna, então, não existe guerra, ele apenas tem a percepção e por isso está em paz, é um Brahmane, um yogue.
“Como se pode impor limitações ao infinito declarando que este é o único caminho – e por que haveria tantas religiões e seitas diferentes? Porque por cada uma delas Ele se dá para si mesmo, para que cada pessoa possa avançar de acordo com sua natureza inata.”
Anandamayi Ma