A Origem Da Civilização Indiana No Vale Do Indo-Sarasvati: Teorias Sobre A Invasão Ariana E Suas Críticas Recentes
Este texto apresenta as divergências que são encontradas no que se refere ao modelo histórico da “invasão ariana”, e apresenta um panorama mais recente para as pesquisas que estão sendo realizadas no campo da história do desenvolvimento da civilização e cultura indiana.
A cultura indiana é uma das mais antigas que conhecemos, tendo nos transmitido textos religiosos milenares como os Vedas. De onde proveio essa civilização? Teria se desenvolvido de forma relativamente autônoma dentro do espaço geográfico atualmente ocupado pelo povo indiano, ou teria vindo de fora?
Várias gerações de pesquisadores aderiram ao “modelo da invasão ariana”. De acordo com essa hipótese, já obsoleta, certas tribos asiáticas, que falavam um idioma semelhante ao sânscrito e que compuseram os Vedas, teriam invadido a Índia aproximadamente entre 1.500 e 2.000 a.c. e supostamente teriam destruído ou expulsado a população nativa dravídica.
Esta teoria foi defendida no final do século XIX e início do século XX por vários autores europeus, tendo adquirido um caráter dogmático e sendo reproduzida ainda hoje em quase todos os livros que tratam sobre Yoga, pensamento oriental ou
história da Índia. A teoria da invasão ariana foi posta em xeque na década de 1920, quando foram descobertas as ruínas de duas cidades muito antigas, Harappa e Mohenjo-Daro; entretanto ao invés de se reavaliar as teorias sobre a origem dos arianos vêdicos, a maioria dos pesquisadores apenas mudou a data da suposta invasão, recuando-a alguns séculos.
Atualmente, é grande a quantidade de indícios contrários a essa teoria, mas ela se difundiu e fixou de tal forma, que pouco se discute sobre o assunto, prevalecendo essa visão, já ultrapassada. No presente texto pretendemos apresentar novas pesquisas que estão sendo realizadas neste campo, que infelizmente não estão sendo muito divulgadas aqui no Brasil. Iremos apresentar as informações sobre escavações arqueológicas de “novas” cidades, ainda mais antigas do que as cidades tradicionalmente abordadas – Harappa e Mohenjo-Daro. Pretendemos assim, apresentar novas descobertas arqueológicas e outros indícios que refutam o “modelo de invasão ariana”, de modo a contribuir para a compreensão da gênese do pensamento indiano.
Leia o texto na íntegra neste link: https://tinyurl.com/4n8s7txm
Este texto é um capítulo de livro, pp 57 a 108. Cultura oriental: língua, filosofia e crença. Vol. 1. João Pessoa: Editora da UFPB, 2012.